sábado, 29 de janeiro de 2011

O Mar da Solitude*

Mergulhara com bastante freqüência neste mar de solidão
Buscando encontrar uma razão
E num destes passeios, achara uma concha de brilho incomum
Nunca pensara em achar algo assim naquele lugar
Ao abrir a concha não encontrara nenhuma perola
Mas havia o que nunca poderia imaginar
Nas paredes internas da concha um texto estava
Escrito numa língua jamais vista pelo olhar
Mesmo assim ficara olhando com toda atenção
Para o que estava escrito de forma nada comum
Grafado com areias do mar e como por magia
As letras faziam sentido para o meu olhar

Você está curioso para saber o que havia escrito naquela concha
Que encontrei naquele mar?

Era como se fosse uma profecia... E dizia assim:

“Ousado aventureiro
Seja verdadeiro
Em lugar nenhum
Da solidão há o que se deve encontrar

Ousado aventureiro
Busque primeiro
Na lagoa do seu coração
Um forte vento irá soprar
E não terá que voltar
A mergulhar neste lugar”

Voltei pra casa depois deste mergulho
E aquilo que havia lido queimava em meu peito
Sentei a beira do lago que há no meu coração
E sem tardar ela veio como um vento forte me abraçar
Não demorou pra ondas se formar

Depois disto não precisei mais mergulhar naquele mar
Posso agora não apenas voltar a sonhar
Desejo não mais acordar

Quem é ela? É isso que você deseja saber?
Bem, ela é leve como uma brisa ou forte como uma ventania
E isso irá depender de quando e de como a vejo passar **
Mas uma coisa eu sei, seus beijos transformam o meu lago num oceano
E isso não dá pra explicar


* Este texto é somente uma mera tentativa de trilhar
no caminho da ficção literária.
** Adaptação de Clarice Lispector.

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