Em Hereges (1905), G. K. Chesterton escreveu:
“As aventuras são para os que menos as esperam – ou seja, para os mais românticos.
As aventuras são para os tímidos: nesse contexto, aventuras são para os não
aventureiros”
Em O
Hobbit (1937), J.
R. R. Tolkien escreveu (dando voz ao Bilbo Bolseiro):
“[Aventuras] São
desagradáveis e desconfortáveis!
Fazem com que
você se atrase para o jantar![...]”.
Os hobbits são um povo pacato e hospitaleiro e para eles
entrar numa aventura é uma atitude insana. Ao criar o Sr. Bilbo Bolseiro, Tolkien concorda
com o paradoxo chestertoniano
– aventuras são para quem não é nenhum pouco aventureiro.
Acredito que em todos nós, seres humanos, há um pouco de Hobbit; gostamos
e queremos ficar em nossa zona de conforto. Entrar numa aventura significa
abrir mão de nosso conforto e controle.
Acredito também que o maior convite de aventura que nós poderíamos receber
é o convite que o Evangelho nos faz e que Lewis conseguiu escrevê-lo assim:
“O cristianismo é a história de como o rei por
direito desembarcou disfarçado em sua terra e nos chama a tomar parte numa
grande campanha de sabotagem.”
O convite do Evangelho de nos tornamos parte
no processo de implantação do reino aqui na terra é tão cheio de aventuras
quanto o convite que Bilbo Bolseiro recebeu em ajudar os Anões. E quando digo “cheio
de aventuras”, quero também dizer perigoso e desconfortável e nos faz atrasar
para o jantar.
Grande abraço a todos
Ótimo fim de semana!
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