sábado, 5 de janeiro de 2013

A aventura começou



Em Hereges (1905), G. K. Chesterton escreveu:

“As aventuras são para os que menos as esperam – ou seja, para os mais românticos. As aventuras são para os tímidos: nesse contexto, aventuras são para os não aventureiros”


Em O Hobbit (1937), J. R. R. Tolkien escreveu (dando voz ao Bilbo Bolseiro):

“[Aventuras] São desagradáveis e desconfortáveis!
Fazem com que você se atrase para o jantar![...]”.


Os hobbits são um povo pacato e hospitaleiro e para eles entrar numa aventura é uma atitude insana. Ao criar o Sr. Bilbo Bolseiro, Tolkien concorda com o paradoxo chestertoniano – aventuras são para quem não é nenhum pouco aventureiro.

Acredito que em todos nós, seres humanos, há um pouco de Hobbit; gostamos e queremos ficar em nossa zona de conforto. Entrar numa aventura significa abrir mão de nosso conforto e controle.

Acredito também que o maior convite de aventura que nós poderíamos receber é o convite que o Evangelho nos faz e que Lewis conseguiu escrevê-lo assim:

O cristianismo é a história de como o rei por direito desembarcou disfarçado em sua terra e nos chama a tomar parte numa grande campanha de sabotagem.

O convite do Evangelho de nos tornamos parte no processo de implantação do reino aqui na terra é tão cheio de aventuras quanto o convite que Bilbo Bolseiro recebeu em ajudar os Anões. E quando digo “cheio de aventuras”, quero também dizer perigoso e desconfortável e nos faz atrasar para o jantar.

Grande abraço a todos
Ótimo fim de semana!

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