Certa vez fui chamado para
conversar sobre umas coisas que eu havia escrito no blog. Naquela noite foi argumentado
o texto de João 15, numa perspectiva de que “dar frutos” significava fazer células,
e quem não dava frutos seria lançado fora.
Argumentei que ao fazermos essa
leitura do texto bíblico estaríamos afirmando que a salvação era mediante as
obras e não mediante a fé em
Cristo. Disse também que “dar frutos” estava relacionado aos
frutos do Espírito e não a metodologia de crescimento. E a certo momento da
conversa, fui indagado sobre como saberíamos que uma laranjeira era uma
laranjeira se não tivesse nenhuma laranja em seus galhos. Confesso que no
momento pensei que a pergunta fosse meio tola, mas hoje percebo que a minha
resposta a tal pergunta é que foi realmente tola. Eu simplesmente disse que reconheceríamos
uma laranjeira mesmo sem nenhuma laranja.
Se eu pudesse responder aquela
pergunta novamente, eu trocaria laranjas por mangas e diria que se levássemos em
consideração a possibilidade de encontrarmos uma mangueira pela primeira vez, teríamos
que aguarda-la frutificar e depois de provar seu fruto, provavelmente daríamos o
nome de Manga Bourbon (gosto mais deste tipo de manga do que das outras) e
depois de algum tempo se encontrássemos outra mangueira, saberíamos que se
tratava de um pé de manga, mesmo se não tivesse fruto e/ou se seus frutos fossem
maiores ou menos do que aquele que nós vimos anteriormente, assim para sabermos
qual é o fruto de um cristão deveríamos conhecer primeiro a Verdadeira Árvore,
ou seja, deveríamos olhar para o Cristo e reconheceríamos os frutos dos cristãos,
depois que provássemos o fruto da Videira, saberíamos qual deveria ser o sabor
do fruto dos cristãos. E mediante esse raciocínio, saberíamos que “dar frutos”
em João 15 não é se submeter a uma estratégica de crescimento numérico, mas
sermos como Cristo.
“Se afirmamos que somos
cristãos, devemos ser como Cristo”.
Se eu tivesse lido O Discípulo Radical, antes de ir para aquela
conversar, eu certamente teria uma melhor argumentação.
Segundo John Stott, O cenário cristão
no mundo atual é de crescimento sem profundidade. Em seu livro, o autor fala de
um discipulado enraizado em
Cristo. Stott também nos apresenta como devemos ser como
Cristo:
- Ser como Cristo em sua humildade;
- Ser como Cristo em seu serviço;
- Ser como Cristo em seu amor;
- Ser como Cristo em sua longanimidade;
- E ser como Cristo em sua missão.
“Se mais remidos se parecessem os remidos, mais fácil me seria crer no Redentor”.
Se os cristãos fossem como
Cristo, o mundo seria melhor e até Nietzsche seria um fervoroso cristão. Talvez
alguém queira me perguntar se eu tenho sido um cristão como Cristo. Bem, Não! E
um não bem enfático! Faço minhas, as palavras de Paulo: “Miserável homem que eu sou! Quem me libertará do corpo sujeito a esta morte?”.
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