sexta-feira, 20 de julho de 2012

Submissão ou amor?

Mulheres, sujeite-se cada uma a seu marido, como ao Senhor [...] Maridos, ame cada um a sua mulher, assim como Cristo amou a igreja e entregou-se por ela 
(Efésio 5:22,25 NVI) 

Eu já ouvi enumeras vezes pastores falarem coisas como: “Mulheres, sujeitem se aos seus maridos. É mandamento de Deus que vocês obedeçam a seus maridos e blá, blá, blá.” Esses pregadores utilizam dos textos paulinos como se Paulo de Tarso fosse um misógino (Alguém que tem aversão a mulheres). 


Gosto muito dos escritos de John Stott. Certamente, ele foi um cristão muito inteligente. Stott sempre teve aquele tipo de atitude “Espere um pouco! Vamos olhar atentamente o que o texto bíblico realmente diz!” 

Stott escreveu que a submissão não deve ser unilateral. Não é apenas a mulher que deve se sujeitar ao marido. No versículo anterior (Efésio 5:21), a ordem é para todos se sujeitarem uns aos outros. Por tanto é também obrigação dele (o marido) se sujeitar a esposa, como participante da nova humanidade proposta por Deus. 

Sujeitem-se uns aos outros, por temor a Cristo”. (Efésio 5:21 NVI) 

Assim, Stott afirma que a submissão não deve ser unilateral. Ela deve ser recíproca. Stott continua, dizendo que a esposa deve ser submissa a um marido amoroso, e não a um monstro. Novamente ele nos convida a olhar atentamente as Escrituras. 

Paulo não diz: “Esposas, sujeitem-se; maridos mandem”, mas “Esposas, sujeitem-se... maridos amem” E Stott completa, que entre um marido amoroso e um tirano há uma enorme diferença. 

Prossegue Stott, dizendo que os maridos devem amar como Cristo amou, ou seja, um amor de entrega total. Submeter-se pode parecer difícil, mas amar é ainda mais. 

Agora fica a pergunta, estariam os maridos cristãos prontos a amarem suas esposas com um amor que se assemelharia ao amor demonstrado no calvário? Pergunto ainda mais, há lugar nos púlpitos pra ensinar isso? Ou só há lugar para a pregação da teologia dos milagres financeiros? 

Stott ainda frisa que o amor de Cristo é um amor que serve. 

John Stott encerra, afirmando que a submissão é outro aspecto do amor. Embora sujeitar-se e amar seja verbos diferentes, é difícil fazer a distinção entre eles, pois o que é sujeitar-se? É entregar-se a alguém. O que é amar? É entregar-se alguém. 

Para Stott, o alicerce de um casamento duradouro e próspero é uma entrega altruísta tanto da parte do marido como da esposa.

[In.: Uma Reflexão sobre o Casamento.
A Bíblia Toda, O Ano Todo. Editora Ultimato 2007. pag. 374]

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