terça-feira, 10 de julho de 2012

Aprendendo com o Homem-Aranha o que é ser cristão

Em agosto de 1962 chegava às bancas dos Estados Unidos a primeira história em quadrinhos do Homem-Aranha. Criado por Stan Lee e Steve Ditko, o personagem trazia uma nova temática aos gibis: os problemas comuns do ser humano. Até então, quem acompanhava as aventuras nos quadrinhos nunca havia lido histórias onde o personagem tinha a preocupação de pagar as contas no fim do mês. Ou enfrentava problemas para conseguir agradar a namorada. E o que os criadores do Homem-Aranha fizeram foi justamente explorar esses dilemas com o quais todos vivemos, ao lado de aventuras de combate ao crime. 

O resultado foi tão espantoso que a fórmula se repetiu em diversas revistas. A partir daí, não era mais possível imaginar um super-herói sem crises emocionais, traumas e medos. O interessante é que em algumas Igrejas estamos vivendo um momento absolutamente inverso a tudo que pode explicar o sucesso do Homem-Aranha. Enquanto as histórias do herói valorizam os conflitos de um ser humano comum e os problemas dele, mostrando que não existe poder que dê vitórias em todas as áreas da vida, algumas igrejas e líderes religiosos fazem o discurso inverso. 

Insistem com os fiéis que temos autoridade sobre Deus, que podemos exigir alguma coisa do Criador, determinar bênçãos em nossas vidas e exercer governo sobre tudo. Para esses líderes religiosos, o cristão não vai enfrentar derrotas nunca, a menos que tenha uma fé insuficiente, fraca e pobre. Esses aí, só faltam dizer que a derrota de Jesus Cristo na cruz se deu pela falta de fé do Filho de Deus... 

 Era exatamente esse discurso que reinava nas histórias em quadrinhos até cerca de quarenta anos atrás, quando Peter Parker foi picado por uma aranha que lhe daria poderes, mas não lhe garantiria uma forma fácil de ganhar dinheiro, nem um lar rico, nem um bom círculo de amizades. Grandes poderes só trouxeram grandes responsabilidades. E é um modelo de vida assim que encontramos nas palavras de Jesus. 

Falando de uma forma figurada, quando somos “picados” pelo amor de Deus, salvos por Ele, passa a correr em nossas veias um sangue que nos torna Filhos do Altíssimo. Ganhamos o “poder” de conversar com o Pai sem intermediários, de ouvir Sua voz, de adorá-lo e de seguirmos seus ensinamentos. Mas não ganhamos nenhuma garantia de que nossos problemas desaparecerão! Pelo contrário, nos ensina Jesus que “no mundo teremos aflições”, e que devemos ter “bom ânimo”, porque ELE venceu o mundo. 

 A Bíblia ainda fala que muitos serão mortos pelo evangelho, serrados ao meio, perseguidos e injustiçados em nome de Deus. Entretanto, parece que essa mensagem não faz mais sucesso em nossos púlpitos, é evitada para não afugentar congregações que preferem se embebedar com promessas de felicidade e riqueza, entre gritos e gemidos de aleluia. 

Fuja disso.

 Extraído de DEUS NO GIBI 

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